Etapas do diagnóstico psicopedagogico


Muitas pessoas me perguntam como a informática pode ser utilizada para fins psicopedagógicos em dificuldades de aprendizagem para crianças, jovens, adultos e idosos?
Primeiro devemos olhar a informática como ferramenta pedagógica que auxilia no desenvolvimento cognitivo, social e até mesmo afetivo das pessoas. Como ferramenta psicopedagógicas, a informática pode ser utilizada no espaço clínico e escolar, contribuindo no processo de ensino/aprendizagem, podendo ser trabalhado conteúdos práticos, possibilitando ao aprendiz vivenciar, experimentar e fazer reflexões, desenvolvendo sua criticidade e autonomia.
Na clínica, a informática ajuda o psicopedagogo nos diagnósticos e nas intervenções de dificuldades de aprendizagem. Encontram-se soluções práticas e eficientes, através de atividades lúdicas e dinâmicas.
Antes de fazer qualquer intervenção aos problemas de aprendizagem que as pessoas trazem, e não são poucas as queixas de dificuldades de leitura, escrita, cálculos, memória, raciocínio lógico, e entre outros, precisamos primeiramente levantar hipóteses, ou seja, realizar o diagnóstico. Algumas vezes precisamos da ajuda de outros profissionais, como por exemplo, neurologista, psicólogo, fonoaudiólogo e etc., isso dependerá de cada caso.
Como é feito esse diagnóstico pelo psicopedagogo?
1º É feita uma entrevista informal com a pessoa que nos traz a queixa. Pode ser o pai, mãe, o cuidador, o tio, a tia, avó ou avô, professor ou a própria pessoa, se ela for maior de idade. Nessa etapa esclarece todo o tratamento, contrato, horário e etc.
2º Tem profissionais que preferem fazer no segundo momento a Anamnese (entrevista formal), levantamento das primeiras hipóteses. Outros profissionais preferem deixar a Anamnese para o fechamento do diagnóstico para que as informações trazidas por pessoas externas não contamine o olhar do profissional.
3º Realização da E.O.C.A. (Entrevista operatória centrada na aprendizagem). Esta sessão, o profissional tem a intenção de investigar o modelo de aprendizagem da pessoa e é realizada somente entre o profissional e o paciente. Nessa etapa observamos o que a pessoa sabe fazer, o que ela aprendeu a fazer.
4º Para continuar levantando hipóteses, na próxima sessão, aplicamos as provas operatórias, a saber: Conservação, classificação, seriação, espaço e pensamento formal. E as atividades variam de acordo com a idade de cada paciente.
Observe que é tudo científico, a base de provas, pesquisas, observações, anotações e não pode ser feita aleatoriamente. Ninguém pode diagnosticar uma pessoa baseado só em conhecimento empírico (popular/vulgar). Só porque uma criança é vista como “danada” ela é rotulada como hiperativa. Isso não é verdadeiro! Existem vários exames que podem ser feitos para levar essa hipótese ou outras. Inclusive o psicopedagogo vai precisar da ajuda de outros profissionais da área de saúde ou educação.
5º Nessa sessão, se necessário, podemos aplicar as Técnicas Projetivas. Para essas técnicas vamos utilizar os conhecimentos de Visca. Elas têm como objetivo conhecer os vínculos que o paciente tem com a escola, família, amigos (vida social) e consigo mesmo. Pois o lado afetivo contribui bastante para o desenvolvimento da pessoa. Tanto pode ajudar como pode prejudicar o aprendizado. É o caso, por exemplo, de descobrir se a pessoa sofre ou pratica o bullying, entre outras descobertas.
6º Aplicação das provas pedagógicas, se necessário para saber se a pessoa tem coordenação motora, consciência corporal, orientação espacial, sequencia lógica, conhecimento alfabético, compreensão de texto e cálculos.  
7º Nessa etapa, o psicopedagogo faz o relatório de levantamento de todas as hipóteses, investigação e conclusão. Convocam os pais ou responsável, dar um retorno do diagnostico encontrado e sugere, dependendo do caso, o tratamento ou encaminhamento, que são as intervenções para que a queixa trazida e o problema encontrado seja superado, transcendido e resolvido.
Todo esse processo pode ser desenvolvido através da informática, assim como também as intervenções para as soluções.
Referencias bibliográficas:
SAMPAIO, Simaia. Manual prático do diagnóstico psicopedagógico clínico. Rio de Janeiro: Wak Ed., 2009.
VISCA, Jorge. Clínica Psicopedagógica. Epistemologia Convergente. Porto Alegre: Artes Médicas, 1987.
VISCA, Jorge. Técnicas Projetivas Psicopedagógicas e pautas gráficas para sua interpretação. Buenos Aires: Visca&Visca, 2008.

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